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Um tema, Varias ilustrações

Fotografias, pinturas, esculturas....
Diferentes percepções do Candomblé são apresentadas na casa França-Brasil.

Duas obras chamaram a minha atenção.

Num primeiro tempo, pode-se deambular num labirinto de imagens em preto e branco, do fotografo Pierre Verger. Esses clichés permitem familiarizar-se com a religião. A roupa utilizada, os sacrifícios, as danças, em fim os rituais que caracterizam a religião, são apresentados nas fotografias de Pierre Verger.


O espectador é convidado, num segundo tempo, à descobrir os painéis de Carybé, esculturas em madeira representando os Orixás. Colocado em circulo no centro da exposição, esta obra propõe um encontro interessante com as divindades.

Clarisse Peugnet 

Um vidro e umas mascaras


Os pés vão avançando, o tempo vai passando e o fresco desfila baixo os olhos de um espectador surpreendido. O que vai seguir ? A obra se expõe pouco a pouco, mantendo  a curiosidade daquele que a observa.

Este caminho ao longo do vidro é necessário: dá ao espectador o tempo de entrar no universo apresentado. Um universo que lembra épocas conhecidas,  um universo místico, um universo figurativo, um universo animado por muitas cores, em fim um universo atrativo.

Mas a vontade de entrar neste universo se enfrenta à obstáculos.

O vidro está aqui. O vidro que faz a particularidade da exposição.

E se tento quebrar o vidro, o que fica ?

As mascaras que estão olhando-me.

Será que há outro universo por baixo dessas mascaras ?


Clarisse Peugnet 

Com a proteção dos Orixás

"Orixás" é a primeira exposição feita pela nova gestão da Casa França Brasil, com curadoria de Marcelo Campos. A exposição busca retomar os laços históricos entre Brasil e África, especialmente no que se refere a arte e a religião. A própria localização da Casa França Brasil, no Porto Maravilha, já faz referência a chegada dos africanos ao Brasil. Entretanto, analisando-se o comércio negreiro que ocorria no local, no Brasil-Colônia, e em todos os horrores sofridos pelos negros escravos, o nome dado perde um pouco de sentido e se torna, até mesmo, irônico.
Texto introdutório à exposição
Os trabalhos expostos na Casa França-Brasil procuram abordar o sincretismo religioso, através da relação entre a religião afro-brasileira com o cristianismo e crenças indígenas. Além disso, valorizam os pequenos artesãos (agora, em exposição, artistas) brasileiros, principalmente os soteropolitanos.
Obra de Arthur Scovino
A obra de Arthur Scovino (entitulada “Diagrama sincrético dos aflitos para Santo Antônio Caboclo baseado nas conversas com Padre Aderbal”)  não é, nada mais, nada menos que uma parede enfeitada com várias imagens de santos católicos. Essas imagens, por serem encontradas facilmente em qualquer lugar (as da obra em questão, por exemplo, foram compradas no Mercadão de Madureira), provocam no espectador uma reação sobre a dessacralização de objetos litúrgicos.
Detalhe da obra
A obra “Bejé Oró”, de Tiago Sant’Ana, é uma referência ao universo mítico que perpassa e une Ibeji-Cosme e Damião-erês. Assim como fazem alguns nativos da Nigéria, do Benin e do Togo quando um dos gêmeos morre antes de serem fotografados juntos, o artista se fotografa duas vezes, fazendo de sua própria imagem duplicada a imagem de seu irmão.
"Beje Oró"
Os detalhes que mais chamam atenção, devido ao estranhamento causado, e se vinculam a essa etapa da tese é o colar de chupetas e a embalagem de amaciante em formato de ursinho de pelúcia que o artista segura. O colar de chupetas remete ao coletivo, às várias crianças, vivas e mortas, vinculadas aos gêmeos sagrados. O amaciante traz à memoria uma célebre propaganda dos anos 90 em que o ursinho, símbolo do produto, aparecia constantemente em comerciais na televisão. A marca, além de vender o produto de limpeza, também comercializava o bicho de pelúcia. Ao portar o produto ao invés do urso de pelúcia, o artista acaba por fazer referência às infâncias pobres, desprovidas da possibilidade de acesso aos bens de consumo, mas que criativas, brincam com a embalagem do produto de limpeza, como se fosse o urso de pelúcia que não podem possuir. Isocronicamente, a embalagem de plástico resignificada dialoga intensamente com os tipos de brinquedos oferecidos aos gêmeos meninos, a Doum e aos Erês.
Sessão "transe"
Detalhe de uma fotografia
Uma importante característica da exposição é a divisão por temas. Dentro de cada tema, agrupam-se obras, não necessariamente do mesmo artista. No caso da sessão "transe", estão agrupadas fotos de Bruno Vilela e Guy Veloso. O tema, como o próprio nome diz, aborda o momento de transe dos frequentadores de terreiros de Umbanda e Candomblé. Os filhos e mães de santo, neste momento, "incorporam" antepassados, crianças, dentre outros. O interessante nas obras é que, diferentemente do usual, as fotos não trazem elementos típicos da religião em primeiro plano (como as vestes ou adereços dos orixás), mas sim as expressões faciais das pessoas em transe, focando mais no momento com seus aspectos físicos do que no seu sentido religioso.

Grupo: Felipe Glioche, Flora Faria, Lívia Lúcio, Lucas Tapajós e Luiza Lunardi.

1990-2016: a fé que não morre

No último dia 5 de outubro, visitamos a exposição "Orixás", designada na Casa França-Brasil. A visita foi guiada por João Paulo Quintella, que pôde nos auxiliar com uma visão do ponto de vista histórico e de forma mais detalhada e conteudista. 

A exposição conta com fotografias de rituais e festas, esculturas dos deuses africanos cultuados nas religiões afro-brasileiras (como o Candomblé, por exemplo) nomeadas.

"Orixás" visa ser um exercício de revisão histórica, promovendo releituras, sobre a exposição "Retratos da Bahia" de 1990, na mesma Casa França- Brasil, com fotografias, desenhos e esculturas da arte africana. Através da pesquisa sobre o modo cujo a afro-brasilidade se manifesta na arte e na religião, a exposição mostra como o sincretismo atua na religião e cultura do país. Em suma, sincretismo e arte popular serão abordados a partir do universo dos Orixás.

Em um momento no qual o Brasil tenta se desgarrar da intolerância religiosa e de ataques, a exposição tem extrema importância para desmistificar e dar visibilidade a quem sempre foi marginalizado e inferiorizado. "Orixás" mostra a resistência de um povo que, apesar do sofrimento, construiu a cultura e arte do Brasi, povo detentor de identidade e fé. 


Grupo: Adiel Beatriz, Bruna Monte, Luísa Savi, Marcos Vinícius, Ygor Miranda.

Brasil: um país de todos?

O processo de construção de uma identidade nacional é um braço historicamente importante na construção dos países modernos, tanto em seus muitos processos de independência quanto nos de unificação. Na geografia, os elementos que formam um estado são: povo, território e soberania. Acontece que no Brasil, não houve formação de uma identidade nacional, pautada em identificações culturais; o "ser brasileiro" se deu principalmente enquanto algo dado pelo próprio governo ao povo numa tentativa desesperada de alcançar legitimidade e soberania.
A produção de arte afro-brasileira atual tem se dedicado à construção, da década de 50 até os dias atuais, de uma identidade destes artistas e dos povos por eles representados. É passível de questionamento o possível caráter geolocalizado desta memória identitária, uma vez que grande parte dessa produção parte da Bahia e do Rio de Janeiro. Devemos lembrar que foram nestes Estados, os quais chegou a maioria dos escravos africanos. Reconstruir identidade é mexer com memória e reconstruir história.
É preciso, portanto, refletir sobre o que é o Brasil que nos foi dado e o Brasil que realmente somos, quais as implicações disso no nosso povo e o que isso constrói em nós (e nós construímos na arte). É nesse sentido que se dá a exposição Orixás, apresentada na Casa França-Brasil, com curadoria de Marcelo Campos e exposições de artistas renomados como: Pierre Verger, Carybé, Rubem Valentim, Ayrson Heráclito, Arjan Martins e Thiago Martins de Melo, buscando entender como nossa ancestralidade africana contribui para a formação do Brasil contemporâneo.
A exposição se dá em dois eixos principais em formato de "X", cruzando-se num corredor principal que atravessa toda a exposição. O eixo central da exposição é constituído por um círculo com painéis de todos os orixás feitos por Carybé, e as respectivas descrições de cada orixá, escritas por Jorge Amado, no livro "Bahia de todos os Santos". No centro, a escultura de Rubem Valentin de uma árvore, fincando o círculo da arquitetura dos terreiros. Esta representação do terreiro está intimamente ligada à identidade afro-brasileira, dando luz ao aspecto religioso dela, mostrando divindades da Umbanda e Candomblé e o terreiro onde se realizam os rituais. Exterior a tais eixos centrais estão os nichos, repletos de arte principalmente contemporânea e artesanatos - uma preocupação específica pelo reconhecimento de tal forma de expressão artística regional, que sofre constante descrédito.
Na obra Naná, de Tina Velho, a exposição conta com 16 gravuras, representando orixás dançando na roda. Vale salientar que os trabalhos da artista, em sua maioria, são compostos por círculos, em Naná não foi diferente; haja vista que há um círculo dos orixás que vai desde Exu e termina em Oxalá. Na parte da frente, é possível observar o Ofá (arco e flecha), que é o símbolo de Oxóssi, representando a nação Ketu. A gravura em metal foi feita com a técnica talho doce, que consiste em acrescentar um relevo à gravura, algo que também é utilizado em notas de dinheiro. Já na parte de trás, há uma curiosidade interessante: os orixás presentes na obra foram retirados de frames de vídeos do YouTube. Outrora, era muito difícil encontrar vídeos com a temática de festas de orixás, no entanto, com a globalização, tornou-se algo muito mais fácil e acessível. Ademais, a cor vermelha exibida nas obras representa todos os momentos difíceis que as religiões afro-brasileiras passaram ao longo dos anos e os preconceitos diários que os negros sofrem, afigurando-se ao sangue derramado decorrente da intolerância.
Série de 16 gravuras Ano: 2014 dimensão: 20 x 30 cm - gravura em metal – Talho doce e Impressão digital com pigmento mineral sobre papel Hunnemünle VELHO, Tina. Şìré `Orìșà. Disponível em <http://www.tinavelho.com.br/>. Acesso em: 10 out. 2016


Ver o Brasil pelos olhos da arte permite que a identidade nacional seja construída e, para além disso, problematizada. Reconhecer que as raízes do país "da alegria" estão no surgimento através da violência (escravidão, genocídio indígena, estupro) e principalmente nas múltiplas culturas que nos construíram é dar um novo ar para o Brasil; transformá-lo, verdadeiramente em um país de todos.
 GRUPO: Giulia Alves, Lucas Freitag, Renata Rougemont e Vitor Grama

Cultura, fé e resistência

“Exu come tudo que a boca come, bebe cachaça, é um cavalheiro andante e um menino reinador. Gosta de balbúrdia, senhor dos caminhos, mensageiro dos deuses, correio dos orixás, um capeta. Por tudo isso sincretizaram-no com o diabo; em verdade ele é apenas o orixá em movimento, amigo de um bafafá, de uma confusão mas, no fundo, excelente pessoa”.

Em “Bahia de todos os Santos”, Jorge Amado retrata Salvador e, entre outros aspectos, os costumes e religião da cidade e do povo soteropolitano. Trechos extraídos desta obra que apresentam orixás como Exu, Oxum e Xangô encontram-se em exibição na Casa França-Brasil, no Centro do Rio de Janeiro.  A exposição “Orixás”, sob curadoria de Marcelo Campos e projeto expográfico de Helio Eichbauer, conta com mais de 200 itens diferentes, com peças de instituições e coleções particulares de Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro, que trazem uma discussão acerca da afro-brasilidade e sua manifestação na arte e na religião.


Através da aproximação de trabalhos com temporalidades distintas, “Orixás” aborda candomblé, arte popular e sincretismo (tanto religioso quanto estético), a fim de provocar novas leituras de aspectos da cultura afro-brasileira. A exposição demostra que apesar do preconceito e intolerância ainda presentes na população brasileira, a luta pela defesa dessa identidade existe e resiste.


Grupo: Juliana Marins, Mateus Tompson, Maria Luiza Resemini e Daniel Dorea.

Orgulho e resistência

"Orixás", exposição com curadoria de Marcelo Campos, apresenta através dos mundos dos orixás, uma leitura especial da cultura afro-brasileira, abordando temas como sincretismo, candomblé e cultura popular. Na exposição encontram-se desenhos de Carybé, fotografias de Pierre Verger e obras de artistas como Lita Cerqueira, Adalton Fernando Lopes, Tina Velho e entre outros. São mais de 200 obras de 31 artistas, entre fotografia, objetos, esculturas e pinturas. A exposição vai até o dia 23 de outubro.



Mais do que apresentar ao público obras de importante valor cultural, "Orixás" cria uma relação de como religião e arte são importantes como reconhecimento e resistência da afro-brasilidade. A exposição situa no tempo o espectador, trazendo uma experiência artística que pretende revisar a história e ancestralidade, sem se utilizar da visão do colonizador, para apresentar uma cultura que constitui uma das raízes do Brasil. Situa também no espaço, pois a Casa França-Brasil fica localizado perto do porto do Rio de Janeiro, que durante o período da escravidão, recebeu mais de milhão de africanos. Isso se relaciona como o candomblé passou, e ainda passa, por um longo processo de busca pela legalidade e afirmação como parte da cultura brasileira. Mesmo com o reconhecimento, após muita luta, como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro, o candomblé e seus praticantes ainda são alvos de muita perseguição e intolerância por aqueles que desconhecem a riqueza histórica e artística da religião. 



A exposição "Orixás" quebra esse estigma ao propor uma reflexão sobre a resistência histórica e cultural, não só à intolerância, mas também à transformações socio-culturais. Em tempos que tudo é mecanizado e rejeitando simbolismos metafísicos, as esculturas dos orixás esculpidas em madeira e as peças artesanais, representam bem essa característica de transposição aos novos tempos, mas sem deixar de valorizar e de ter orgulho das suas raízes e heranças afro-brasileiras.

Grupo:Isaque Ferreira, Guilherme Telles, Brunno Motta, Leonardo Couto

África – Brasil: Um Elo de Herança Cultural


A exposição “Orixás” sob curadoria de Marcelo Campos e expografia de Helio Eichbauer, está em cartaz na Casa França-Brasil no centro do Rio de Janeiro. É uma exposição ligada profundamente à pesquisa e faz referência a exposição “Retratos da Bahia” que ocorreu em 1990, com grande participação do cenário no Rio de Janeiro e na Bahia, e até mesmo no local atual da exposição, tratando sobre a cultura afro brasileira em detalhes.

“Orixás” investiga a maneira como a afro-brasilidade se expressa na religião e na arte. Além disso, a exposição reúne obras modernas de artistas renomados como Pierre Verger, Carybé e Rubem Valentim e contemporâneos como Ayrson Heráclito, Arjan Martins, Thiago Martins de Melo, Lita Cerqueira, entre outros.

O nome da exposição está fundamentalmente ligado à escravidão e ao tráfico negreiro. É válido ressaltar também, que ela dá ênfase a ligação entre Brasil e África e retoma laços históricos que dentro das camadas de urbanização, muitas vezes, foram soterrados.

A exposição tem como objetivo principal ampliar os horizontes e, portanto, o conhecimento da sociedade à respeito da cultura afrobrasileira, provocando o espectador a todo momento com obras distintas. Desse modo, temas como Candomblé, sincretismo religioso e estético são representados a partir do universo dos Orixás e dão vida à exposição

Ao explorar a forma como a afro-brasilidade se manifesta na arte e na religião, "Orixás" pretende ser um exercício de revisão histórica, promovendo releituras e reanálises entre a produção moderna e a contemporânea, como por exemplo no trabalho da fotógrafa Lita Cerqueira, que retrata de forma única na exposição toda a expressividade enraizada na Bahia pela religiosidade, suas festas e as suas formas de adoração.

Lita Cerqueira é uma fotógrafa autodidata, ela traduz e representa, em sua obra, o dia a dia simples de anônimos, com cenas e retratos captados instantaneamente nas ruas. Lita nasceu em Salvador, na Bahia, e, a partir de 1973, com o nascimento de seu filho, decidiu dedicar-se exclusivamente e unicamente a fotografia. O seu olhar retornou-se principalmente para a condição do caráter e da figura negra no Brasil e despertou um trabalho no qual, hoje em dia, faz parte de exposições por todo o Brasil, além de também na França, Itália e Alemanha.


Entre diversos quadros, Lita retrata quadros como os da Festa da Boa Morte, festa típica do recôncavo baiano passada de mãe para filha por 23 mulheres negras e a famosa cerimônia da Lavagem do Bonfim, que acontece com a saída, pela manhã da quinta-feira, do tradicional cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, o qual segue a pé até o alto do Bonfim, para lavar com vassouras e água de cheiro as escadarias e o átrio da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim.


Grupo: Eduarda Montenegro, Lucas Soares, Luiz Eduardo Bandeira e Jonas Linhares

Orixás em madeira

“Orixás” é o nome auto-explicativo da exposição que está na Casa França-Brasil, no centro da cidade, até o dia 23 de outubro. Com curadoria de Marcelo Campos, “Orixás” faz referência – e homenagem – à exposição dos anos 90, “Retratos da Bahia”, sobre a cultura afro-brasileira e a religiosidade baiana. A exposição traz um extenso conteúdo sobre o Candomblé, mesclando diversos aspectos da religião, buscando desconstruir a visão clássica dos orixás e fortalecer o simbolismo da cultura afro-brasileira. Fazem parte de “Orixás” vários artistas, que apresentam distintos pontos de vista e explicações a respeito da fé nos orixás, de forma a levar o espectador a adentrar neste universo e conhecer, de forma mais aprofundada, o real significado dessa crença.  
Dentre tantas, a obra que mais chama atenção de toda a exposição é a de Carybé. Os painéis em madeira entalhada do argentino que se radicou na Bahia foram confeccionados no ano de 1962 e ficam no centro do salão da Casa França-Brasil e acabam por se tornar a obra principal. Cada painel tem a figura de um orixá, totalizando doze painéis dos doze orixás: Iemanjá, Iansã, Oxum, Nanã, Ogum, Omolu, Oxalá, Oxóssi, Exu, Xangô, Oxumaré e Ibeji. Atrás de cada painel, há a descrição de cada entidade feita pelo também baiano Jorge Amado. São trechos de seu livro “Bahia de todos os Santos” de 1945 que caracterizam o comportamento de cada orixá – suas cores, símbolos, dias de semana, comidas e etc.     
 Carybé, Painel em madeira entalhada

A religião criada no Brasil com o tempo, passou a ser cultivada apenas por descendentes africanos, se tornando uma religião de brasileiros, cultivadas por diversas etnias. Atualmente um em cada cem brasileiros adora os Orixás. 

A exposição traz à tona o importante debate a respeito da religião e cultura afro-brasileira. Historicamente tão perseguida e, muitas vezes, até rejeitada como religião em virtude de ir na contramão do catolicismo – religião imposta como oficial pelos colonizadores portugueses.  Embora seja reconhecida como detentor de cultura, identidade e fé, de pelo menos 500 mil brasileiros.  

Ainda hoje, existe muito preconceito com aqueles que professam a fé do candomblé ou da umbanda. Por isso, a visibilidade que o evento dá é bastante significativa, já que o número de perseguição aos integrantes vem se tornando notáveis. Não são raros os casos de agressão física e/ou moral a algum praticante das religiões afro-brasileiras. “Orixás”, portanto, além de fazer uma significativa contribuição cultural a quem visita a exposição, aproximar o público leigo que tem curiosidade de conhecer a religião e reforçar os laços dos já participantes, cumpre o papel social de tirar os eventuais preconceituosos da ignorância. 


Grupo: Bruno Espozel, Maria Clara Trindade, Natã Fernandes e Thayane Milagre.