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A história do mundo através das máscaras

   A obra da artista carioca Júlia Debasse, "Vila dos Mistérios", é daquelas que brinca com os sentidos do espectador. Os olhos que percorrem o painel são responsáveis pela primeira sensação produzida pelo cérebro: medo. Sim, há medo ali, contado de forma irreverente por um traço "cômico", como definido pela artista.
   No que parece uma obra confusa, há estranhamento nas cores. Incapaz de produzir o histórico tom avermelhado do painel "Villa dei Misteri", nas ruínas da antiga Pompéia, a artista buscou no vermelho mais próximo que encontrou do famigerado "rosso pompeiano" o fundo e base da obra. Eis o melhor traço de subjetividade da artista: transformar o mórbido e estranho em vivo e colorido. E, novamente, regido por traços caricatos.
   Há ali uma história: a própria História do mundo. O painel é acompanhado por um rodapé com paisagens do mundo inteiro, enquanto no centro estão as imagens com os mascarados. As máscaras representam não só culturas locais ao redor do globo, como também tempos históricos diferentes. A obra cumpre seu papel dentro da arte contemporânea, ao aliar a ideia de tempo e espaço andando juntos, através de imagens subsequentes.
   Se uma palavra pudesse definir "Vila dos Mistérios", seria "incomum". A junção alegre de morbidez e medo (que existe pelas figuras bisonhas e de olhares penetrantes, como se soubessem que estão sendo observadas) costura uma narrativa que não esperamos ouvir: o mundo visto por trás de máscaras. A estética é agradável pelo envolvimento de cores vibrantes contrastando com o vermelho "quase" pompeiano. Mas obviamente o ponto alto da obra é o tucano, que apesar de desmascarado, foi um pedido especial do filho de Júlia, a fim de contribuir para o conjunto estético da obra.


Grupo: André Abreu, André Machado, Andréia Fernandes, Juliana Salles e Vitória Alves. 

Referências bibliográficas:
Wikipedia