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O legado da "Retratos da Bahia"

 

                A exposição "Orixás" organizada na Casa França Brasil, centro do Rio de Janeiro,  é na verdade uma referência clara e direta a uma outra exposição exibida anteriormente; Retratos do Bahia. As exposições possuem  mesma temática, que gira em torno de questões afro-brasileiras relacionadas a etnicidade e religião e pode ser entendida como nada mais que uma retomada da ligação entre África e Brasil. Tal retomada também é bem representada pela localização da atual exposição, próxima ao porto, local por onde passaram grande parte dos negros africanos que chegaram ao Brasil em seus limiares.

                  Essa versão inspirada na exposição "Retratos do Brasil", ainda assim abordando o mesmo assunto e com muitas semelhanças com a antiga, possui características próprias bem definidas. Essas características podem ser compreendidas como a organização pautada em um eixo central, isto é, um círculo composto por painéis de madeira com a representação de orixás, simbologia deles e descrição dos seus hábitos cotidianos no verso feita por Jorge Amado, além de haver no meio do círculo uma escultura representativa dos orixás que finca o mesmo. O resto da exposição conta com painéis de artistas contemporâneos, que tratam de assuntos diferentes, um grande mapa ao final do salão que aproxima o continente africano do americano, esculturas e um material impresso sobre essa temática da exposição em vitrines.
               Entre tantos trabalhos de artistas mais famosos e renomados, mais antigos ou contemporâneos, a obra de uma artista de nome pouco citado atrai muitos olhares. A artista sem formação acadêmica ou qualquer tipo de instrução referente a arte, praticante de uma das religiões de matriz africana presente na exposição e pobre encanta pela leveza de seus traços.

 
Apenas três telas da artista foram encontradas e levadas para a Casa França-Brasil para a exposição "Orixás" e cada uma dessas três telas representa momentos de uma cerimônia da sua religião. Sendo tais momentos o transe; quando a pessoa recebe o santo, sacrifício; hora na qual algum animal é sacrificado e sacudimento; acontecimento que prepara para outros. A representação sempre é bem próxima do real, tanto nas expressões e atos das pessoas durante a cerimônia, quanto nas suas vestimentas, ambiente e cores dos mesmos.
Grupo: Gabriela, Lívia Macêdo e Sarah Lopes